quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Cannabis Sativa na Cabeça Ativa


As discussões contemporâneas à cerca da Cultura da Cannabis no Brasil não exerce um grande expoente midiático nos canais abertos. Este ato ignorador é reflexo de uma política que não dá importância as causas sociais e aos nossos direitos enquanto cidadãos.
            Não podemos deixar de perceber, a nível mundial, o número de adeptos à cultura cannábica e mesmo os simpatizantes. Por que ela incomoda tanto, politicamente?
            Se lembrarmos um pouco da sua história, vamos ver o quanto ela esteve presente e como ela nos ajudou produzindo nada mais que 5000 produtos têxteis à base de suas fibras (super resistentes) e mais de 25000 produtos de celulose.
            As potencialidades da cannabis é inquestionável, sua cura medicinal no tratamento de diversas doenças alcança padrões de eficácia, altamente satisfatórios. O óleo que dela era extraído, iluminavam as luminárias espalhadas pelas rua de grandes capitais e cidades de vários países europeus e norte-americanos no séc. XVIII. O que mais tarde seria substituído pelo óleo de baleia, iniciando uma polêmica caça criminosa às baleias.
            O domínio do cultivo às vistas do “poder”, uma vez que, espalhados pelos povos e cultura dos quatro cantos do mundo, provavelmente resultaria em uma sociedade mais equitária, ou ao menos, mais democrática em todos os níveis. Quem sabe sonhar, até ousar, lembrando “one love” do grande líder: Bob Marley.
            O poder não pode ser compartilhado, isso vai contra todos os ideais capitalista, o sistema é hierárquico, vem de cima. É um insight lógico, o modelo vinha de opressões da igreja, espalhando o nome de Deus, como aquele que deveria ser temido, ao invés de amado. Atos defronte Cristo, eram castigados, assim como na mitologia Grega, dentre outras religiões. O “poder” tinha apenas um nome.
            Talvez uma referência religiosa como a da Índia, que possuía não um só Deus e sim nove, reflita uma tendência maior por parte de seu povo ao comunismo, ainda que no século XXI. Assim como na  China, onde a sensação de poder parece ser inibida pela ética, onde as referências são monges e a cultura milenar, que é passada por gerações.
            Na região das tribos Peruanas ao longo do Amazonas, xamãs curam e agem como conselheiros e líderes, através do contato com a natureza, pelo chá denominado: Ayahuasca. Este chá é a união de duas plantas poderosas, com princípios psicoativos de “poderes enteogenos”, onde eles se comunicam com a natureza e/ou Deus(es).
            É uma experiência muito intensa e de ritual sagrado, na qual, com certeza vai levar aquele que a ingere a uma experiência do real ao imaginário, do consciente ao inconsciente, desconsiderando que isto seja uma ordem.
            Existem muitos relatos de seus benefícios, algumas culturas/religiões fazem o uso desta prática para alcançarem curas psíquicas, biológicas e respostas à questões relacionadas ao sentido da vida e nossa existência. Não é a toa que dizem que a união faz a força, estas plantas combinadas nos proporcionam um “poder” surreal, resultando em um ambiente de quase, amor.
            As civilizações veem ao longo do tempo, nos moldando enquanto ser que produz, acima do ser que pensa. Consegue perceber, que nosso desenvolvimento é supervisionado, que segue um padrão pré-determinado, de acordo com o interesse da “burguesia”, seja ele qual for, independente da forma que nos afetam. Desde que este não ameace nosso instinto de sobrevivência, eles limitam nosso prazer, controlando nossos desejos, nos estimulando com ideais e produtos que nos privam das nossas escolhas, da nossa maior vontade, de sermos nós mesmos.
            O importante é questionar um meio em pensar de forma mais livre. Olhar para o lado e ver que podemos viver algo verdadeiro, não estamos sozinhos e nem gostaríamos de estar, sem o outro, nós, não existiríamos, é o outro que nos nomeia, que traz algum significado. Os seres humanos já passaram por praticamente tudo juntos, e isso garantiu nossa sobrevivência e a proliferação de nossa espécie.
            A cannabis nos tempos de escravidão era muito socializada na cultura Afro, ela ajudava a fortalecer os laços sociais (escravos), pois era na maioria das vezes consumida em grupo. Provavelmente ela teve uma forte influência na luta contra escravidão.
            O agrupamento de pessoas, principalmente nas grandes cidades, parece ter originado um efeito contrário nos dias de hojo, tal situação vem causando um efeito alienador, que também recebe grande reforço do avanço tecnológico. Nunca esteve tão fácil se comunicar com alguém e por mais irracional que pareça, nunca esteve tão difícil se relacionar com alguém.

            As relações fabricadas estão sufocando quaisquer outro tipo de relação, elas são carregadas de interesse, talvez não exista relação sem interesse, mas essas contradizem com o objetivo de felicidade, que é o que buscamos no outro, ser feliz.



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