segunda-feira, 24 de abril de 2017

Som que Bate: Faro - Viver em Todos os Tempos




Aí meu camarada segue no corre que o som tá de responsa, 
Um salve para os que mantém o Rap Independente no cenário nacional.
Pesado!


domingo, 9 de abril de 2017

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Conjunto Quarto Escuro: Averacidade (a ver a cidade)


A noite cai
A cidade se transforma,
O que era belo, agora se esconde às sombras da lua
E ela então protagoniza

Os ratos saem, em busca de sobrevivência
E os anjos descem para proteger aqueles na qual não chegou a hora
O vento corta os ossos dos que não tem onde se esconder
E a estrela brilha sozinha, pois não há ninguém para contemplá-la

Um sussurro no pé do ouvido me tira o sono
E eu não vejo nada além de um borrão de tinta
É onde eu me encontro
E também onde me perco

Nas silhuetas de quem não posso ver o rosto
Talvez esperando que fosse alguma pessoa
Ou até imaginando ser quem não é
Nada é claro para mim

Em meio ao lixo eu vejo o homem
Em meio ao homem, vejo lixo
Sigo adiante, pisando no escuro
Clamando por um feixe de luz, nada acontece

Nos olhos desejantes vejo uma vida que se defaz
Senão, uma que pode acontecer
É a noite em sua total possibilidade
Como um anzol em água mansa, à espera da próxima vítima

Os anjos brincam de ciranda
E como que por descuido alguém se vai
A lua segue trilhando para o norte
No entanto, esse parece não ser o único caminho

O abraço frio e solitário do silêncio
Faz emergir segredos incompreendidos
Acompanhados de dor que saltam de um uivo aterrorizante
Você procura abrigo, mas qualquer sombra lhe fere a carne

Num último grito, você adormece se sentindo acordado
A lua se despede em um ato final
Ao acordar sente como se estivesse adormecido

E torna a procurar o que ela lhe levou.
H. H. Costa